"Que ninguém o despreze por ser JOVEM” (1 tm 4,12)
É com grande preocupação que me dirijo ao episcopado e ao clero da Região Metropolitana de Belém. Preocupação esta que há bastante tempo se vive em nossa Arquidiocese: a Evangelização da Juventude. Estando às vésperas da VIII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, não poderíamos deixar de refletir cada vez mais a necessidade da Igreja de Belém assumir em comunhão com as Conferências Episcopais do Brasil e da América Latina, em assumir não somente afetivamente, mas de forma efetiva, a juventude.
Seja por Aparecida ou pela realidade juvenil, encontraremos um caminho que aponta para Cristo, colocando a “Igreja em estado permanente de missão”. Somos convidados a assumir não só a defesa, mas a promoção da vida dos(as) jovens que diariamente sofrem com o empobrecimento social e a violência. E é neste aspecto que o tema juventude precisa transversalizar os temas que serão refletidos durante a construção Plano de Pastoral para o quadriênio 2013-2016.
No 46º Dia Mundial das Comunicações, o Papa Bento XVI na mensagem “Silêncio e palavra: caminho de evangelização” nos mostra a importância da escuta e o quanto ela poderá contribuir em nossa ação pastoral. Neste sentido, acredito que precisamos exercitar a “escutatória” junto aos(as) jovens, reconhecendo estes(as) como realidade teológica, permitindo-nos também escutar os sinais dos tempos. Além disto, ter como referência os documentos produzidos pela própria Igreja para este trabalho, como o Doc. 85 da CNBB – “Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais”.
Urge um cuidado com a Pastoral da Juventude Arquidiocesana (PJA). Em mais de 25 anos de caminhada, a PJA busca esta sintonia com as orientações da Igreja, para o trabalho com os(as) jovens. Não é a toa que muito de sua experiência teórica e prática esta registrada e é referência pastoral e social para muitas organizações e para a própria CNBB e o CELAM. O Marco Referencial da Pastoral da Juventude do Brasil, assim como a reedição do livro “Civilização do Amor: Projeto e Missão” revelam isto. Entretanto, a ausência do clero nas atividades da PJ, a falta de assessores(as) leigos(as) e religiosos(as) em muitas Paróquias, que conheçam minimamente a identidade e a organização da PJ, a carência de investimento na formação específica de lideranças juvenis e adultas, assim como na aquisição de subsídios próprios desta pastoral, tem fragilizado desde os grupos de base até a instância arquidiocesana.
Em 2013, o Brasil estará acolhendo a Jornada Mundial da Juventude e a Campanha da Fraternidade, novamente será “Fraternidade e Juventude”. Este ano, os grupos de jovens já começam a se organizar pra marcar presença no Rio de Janeiro. Ainda vislumbramos a realização do XVII Congresso Eucarístico Nacional e dos 400 anos de Evangelização na Amazônia, que acontecerá em 2016. Não seria oportuno realizar em nossa Arquidiocese a “Missão Jovem”? E se ainda me permitem, não seria importante uma grande atividade formativa, assumida pela Arquidiocese de Belém, contando com a presença do clero e do laicato, sobre Evangelização da Juventude. Ainda em tempo, que esta pudesse orientar como e onde se deve “implantar” o Setor Juventude, já que hoje não temos uma clareza sobre o que vem a ser este espaço.
Que nestes dias de Assembleia de Pastoral, nossa Mãe de Nazaré, acompanhe o episcopado e o clero, juntamente com a vida religiosa e os(as) leigos(as) que estarão presentes, para que possam construir cada vez mais, uma “Igreja a serviço da vida plena para todos” e todas.
Eduardo Soares (Eduardo da Amazônia)
Ex-secretário da Pastoral da Juventude Arquidiocesana – Belém/PA
E-mail: eduardopaidegua@hotmail.com
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