Uma das maiores expressões eclesiais e sociais de jovens no Brasil também se faz presente há mais de 30 anos na Metrópole da Amazônia. Entre os desafios que a interpelam, ousa promover e defender a vida daqueles(as) que historicamente vêm sofrendo com as mazelas do empobrecimento social. Estamos falando de uma das organizações que constrói dia-a-dia um novo jeito de ser Igreja a partir dos grupos de base presentes na Arquidiocese de Belém: a PASTORAL DA JUVENTUDE!
É interessante perceber alguns documentos eclesiais produzidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM), que refletem sobre o processo de educação e amadurecimento na fé, tem muito da (con)vivência PJoteira. Podemos pegar o “Marco Referencial da Pastoral da Juventude¹” ou o “Civilização do Amor: Tarefa e Esperança²” e comparar com o atual “Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais³” e notar quanta semelhança com o que é proposto e que busca ser vivenciado nos grupos de base da PJ. Mas, toda esta experiência acumulada dos grupos da Pastoral da Juventude serve para quê?
Adélia Prado já dizia que “o que a memória amou fica eterno”. Neste sentido, recordar a caminhada do grupo de jovens, nada mais é que apontar novos caminhos com base na experiência. O grupo de base é a opção pedagógica de trabalho da Pastoral da Juventude e o principal espaço para proporcionar aos(as) jovens sua valorização pessoal. Nele os questionamentos e respostas são constantes para que os(as) mesmos(as) tenham um desenvolvimento que leve em consideração a sua integralidade. A descoberta do(a) jovem em vista das relações consigo mesmo(a), com o(a) outro(a), com Deus e com a sociedade e sua ação são caminhos trilhados no grupo.
Sem ele, nenhuma outra instância consegue funcionar na Pastoral da Juventude, pois é com ele e a partir dele que as coordenações e assessorias terão elementos palpáveis para construir metodologias, apontar pistas de como dinamizar a ação com os(as) jovens na comunidade, além de fornecer novas lideranças para pastoral ou em outros espaços da sociedade. Em vista disto, sua preocupação não deve ser somente contribuir para futuros(as) adultos(as), mas principalmente para o protagonismo juvenil. Ele deve favorecer a participação dos(as) jovens a contribuir na reflexão/ação, no serviço eclesial e social.
Por conta do risco de isolamento ou da “autossuficiência” que compromete o desenvolvimento dos(as) jovens, é preciso estimular outro elemento para a convivência grupal: a INTEGRAÇÃO. No testemunho da comunhão, a PJ está articulada numa grande teia que tem como ponto de partida os grupos de base organizados em uma Paróquia, articulados em uma área pastoral (Região Episcopal), Arquidiocese, Regional e em nível nacional, tendo a importante missão de fortalecer a organização, dando respostas palpáveis à unidade e também a comunicação. Se isso não acontece nos pequenos grupos paroquiais, nas demais instâncias da estrutura organizacional, tende a dificultar.
"Os grupos de jovens são um instrumento pedagógico de educação na fé. O pequeno grupo, como instrumento de evangelização, foi um dos instrumentos pedagógicos usados por Jesus ao convocar e formar seu grupo de doze apóstolos." (Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas Pastorais, n. 151 - CNBB, 2007/Doc. 85)
Por conta do risco de isolamento ou da “autossuficiência” que compromete o desenvolvimento dos(as) jovens, é preciso estimular outro elemento para a convivência grupal: a INTEGRAÇÃO. No testemunho da comunhão, a PJ está articulada numa grande teia que tem como ponto de partida os grupos de base organizados em uma Paróquia, articulados em uma área pastoral (Região Episcopal), Arquidiocese, Regional e em nível nacional, tendo a importante missão de fortalecer a organização, dando respostas palpáveis à unidade e também a comunicação. Se isso não acontece nos pequenos grupos paroquiais, nas demais instâncias da estrutura organizacional, tende a dificultar.
Saber cuidar, também deve ser prática no grupo de jovens. Não ser somente ato, mas atitude. Ser exercício constante em nossas relações, ser prática de acolhida, de atenção. É sempre necessário converter-se ao cuidado, à ternura. Deixar que o amor possa ajudar desconstruir preconceitos, construindo pontes ao invés de muros. Como uma das metodologias utilizadas nestes grupos é a educação entre pares onde os(as) jovens são os(as) principais responsáveis em evangelizar outros(as) jovens, torna-se interessante que ele seja formado entre 20 a 25 jovens, até no máximo 30 participantes para melhor desenvolver a hospitalidade, as reflexões/debates e a espiritualidade nos encontros.
O grupo de base segue a pedagogia de Jesus Cristo, abrindo espaço para a novidade que por ser inquieta, subversiva e mal compreendida, tende a ser vista por alguns, como um incômodo. Não é a toa que em alguns espaços, quando não se tenta silenciar os(as) jovens, busca-se diversas formas de cooptar e se utilizar de seus talentos, oferecendo-lhes uma pseudo-liberdade. Na contramão de alguns argumentos cujo propósito está em descaracterizar aquilo que é próprio dos(as) jovens: o querer estar em grupo, ter sua autonomia e liberdade valorizada, além de experimentar Deus no/com o(a) outro(a).
Eis que o Espírito sopra onde quer... Neste sentido o grupo de jovem valoriza as diversas manifestações do Sagrado, sem impor um modelo único de ser jovem, mas ajuda nas relações com a diversidade, oferecendo instrumentos que desenvolvam habilidades para refletir e intervir nos diversos espaços de participação protagonista, respeitando as diferenças e unindo no que é comum. Sabemos que há inúmeros conflitos que dificultam este exercício do discipulado e da missão de sair ao encontro das realidades que os(as) rodeiam, e é esta a principal razão de existir os grupos de base da PJ: ser mais do que coisa, mas CAUSA na vida da Juventude.
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¹ Documento de Estudos da CNBB nº 76, relacionado a identidade das Pastorais da Juventude do Brasil.
² Orientações para a Pastoral da Juventude Latino-Americana (São Paulo: Paulinas, 1997).
³ Documento aprovado na 45ª Assembléia Geral da CNBB para orientar a Evangelização da Juventude na Igreja do Brasil.
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¹ Documento de Estudos da CNBB nº 76, relacionado a identidade das Pastorais da Juventude do Brasil.
² Orientações para a Pastoral da Juventude Latino-Americana (São Paulo: Paulinas, 1997).
³ Documento aprovado na 45ª Assembléia Geral da CNBB para orientar a Evangelização da Juventude na Igreja do Brasil.
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