quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

QUANDO O HIV ATACA MOVIMENTOS...

Tenho uma leve impressão que a mutação do HIV não ocorre somente no corpo de pessoas soropositivas, mas na dinâmica das organizações e dos movimentos sociais. Assim como o vírus que ataca nossa célula de defesa, indivíduos mal intencionados adentram nossos espaços e visam fragilizar-nos até que nosso organismo-instituição desista em resistir.

Como no tratamento contra a AIDS, há também os antirretrovirais da sociedade civil. São ativistas ou militantes, cada um com sua expertise e criatividade, faz esta combinação que ajuda-nos oxigenar a esperança. E no meio destes, há também os que se revestem da boa vontade, mas que no final causam certos “efeitos colaterais” entre os integrantes. É uma verdadeira relação de poder entre aquilo que nos impulsiona e aquilo que nos enfraquece.

Coincidentemente, há quem mantem-se de uma “atenção básica” dada por Governos e grupos que lhe promovem a qualquer coisa que possa dar visibilidade individual(ista). De tanto importar-se com os flashes, é capaz de fazer comentários que reforçam estigmas a pessoas vivendo com HIV, utilizar o termo “homossexualismo” e ainda esquecer que “infecção” não é sinônimo de “contaminação”. 

Quem se oportuniza do movimento social, tem a mistanásia como uma das consequências. Pode até ser lembrado por outras coisas até “românticas”, mas sua memória será mais pelo continente e menos pelo conteúdo. A sociedade civil organizada pode até lhe servir como uma tábua de piscina, mas cuidado: um dia correrá o risco de não encontrar água nesta piscina...

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