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Neste ano em que a Aids completa 30 anos de sua descoberta e aproximando-se o dia dos(as) namorados(as), quero partilhar com vocês mais uma página de minha vida, para também passar pra trás a página do preconceito. Ele está impedindo que muitas pessoas vivam a plenitude e o cuidado com a sexualidade. Sendo o amor, algo que nos move, ousamos entoar “tudo o que move é sagrado”.
Há um certo tempo, venho buscando alguém para ser meu “porto-seguro”. Alguém que de certa forma, corresponda os anseios ou não, mas que viva a reciprocidade do meu cuidado. Eu paro e olho as palavras de Carlos Drummond de Andrade em “Quem não tem namorado” e faço um paralelo com o entendimento sobre a virtude (do grego: ἀρετή) do amor. É preciso muita força, não no sentido físico, mas no persistir, na determinação de enfrentar os obstáculos para se alcançar o desejado.
Entre as experiências, ficaram o perfume da rosa e também, marcas dos seus espinhos. Mas muitos passos foram dados na minha perspectiva. Sinto o chão, vislumbro o horizonte. Caminho. Permito-me descobrir novas possibilidades, estar em construção... E nisso, além dos(as) famíliares e amigos(as), destaco a Pastoral da Juventude e os Rede de Jovens Vivendo com HIV/Aids como espaços onde me impulsionam ser nova criatura.
Há um certo tempo, fui cativado pelo carisma de alguém que realmente almejaria ter em meus braços. Sou HIV negativo, isto é, no momento ainda não tenho o vírus HIV, mas esta pessoa possui sorologia positiva para o HIV. Nisto, não irei revelar quem e também gostaria que amigos(as) e conhecidos(as) mais próximos que sabem disto, possam guardar em sigilo sua identidade e condição.
Ainda lhe surpreende o fato de ser soronegativo e ele vivendo com HIV, despertar em mim este sentimento. Mas o fato que a ausência de informações, também condiciona o preconceito. Se desconhecemos, uma certa “fobia” desperta em nós, nas suas múltiplas manifestações. Porém, se acessarmos o site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, da Agência Aids e/ou da UNAIDS, para não citar outras fontes, vemos os cuidados necessários para uma relação sorodiscordante, ou seja, uma relação entre uma pessoa negativa para o HIV e outra vivendo com o vírus.
Pessoas que vivem com HIV/Aids, não deixam de viver sua sexualidade. Assim, não devem ser impedidas de namorar, casar e até mesmo ter filhos(as), com as devidas orientações médicas. E aí, o Peninha é feliz ao compor “quando a gente gosta é claro que a gente cuida” e esse cuidado não deve ser somente em relações sorodiscordantes, mas em todas as relações. Perpassa pelo preservativo, mas vai muito mais além... Precisamos disso, empoderar-se para juntos(as) romper os preconceitos, pelo direito de amar!
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