quarta-feira, 3 de agosto de 2016

FORA D@S JOVENS, NÃO HÁ CURA PARA A AIDS!

Os dados epidemiológicos tem repetido anualmente que @s jovens têm sido os principais afetados pelo HIV e aids. É uníssono o mantra em nível local e global da juventude como o público mais atingido pela epidemia. Em vários lugares do Brasil e do mundo estão desenvolvendo diversas ações afim de parar a infecção, colaborar com o tratamento e ousar na cura. Entretanto, por que mesmo depois de três décadas, vemos o alto índice de infecção, sobretudo entre a população juvenil? 

Talvez a resposta não esteja no que estamos fazendo, mas como estamos fazendo. Uma metodologia que não parte do coração da juventude, que não leva em consideração seus desejos e necessidades, tende a fracassar. Mais ainda, um trabalho voltado aos jovens que não @ reconheça como sujeito de direito e protagonista de sua história, pouco ou nada há de mudar. 

 Pra quem pensa que é apenas questão de semântica, vai uma dica: troque o “para” por “com” ou “da” juventude. Não trate-@s mais como adjetivos, mas substantivo das ações relacionadas ao enfrentamento da aids. Provoque-@s a incorporar em sua vivência a metodologia de educação entre pares, ou seja, jovem educando jovem. 

Evite pensar que jovens nada sabem ou falam sobre sexualidade. Podem não conversar da mesma forma que @s adult@s, mas é nessa fase que afloram suas ideias e dúvidas sobre o assunto. Neste sentido, mude a postura adultocêntrica pela possibilidade de um diálogo intergeracional, entendendo que não se trata de ter mais ou menos experiência, mas experiências diferenciadas.

A diversidade também é marca da juventude. Tribos, fenômenos, gerações... pluralidade étnico-racial, sexual, cultural, gênero, religiosa, política, entre outras que nas suas nuances se entrelaçam fazendo um lindo mosaico de vida em movimento. Abrir-se a crítica e criatividade é exercício constante de rejuvenecimento e desenvolvimento nas estratégias para prevenção.

E no meio destas questões, insisto para que possamos romper com a discriminação e criminalização contra @s jovens vivendo com HIV/Aids, pois a resposta a epidemia vem principalmente deles/as. Frear a aids não vai ser tarefa fácil para a sociedade, mas se ela se possibilitar a juventude tomar o seu lugar, com certeza, comprovaremos o que a história insiste silenciar: fora d@s jovens não há cura para a aids!

Comente a postagem com o Facebook: