quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E AS ROSAS

Em solidariedade a Jon Sobrino.

Descobri que a vida precisa de rosas. Num mundo em que muitos acabam com as pétalas e deixam sobressaírem os espinhos, as rosas precisam de mais carinho. Sem seu cheiro a “razão” toma conta. Não que ela seja imatura, mas pelo fato de ser muito séria, culta.

Com seria o Senado ou o Pentágono se pelos seus arredores tivéssemos rosas e margaridas? Talvez não resolveria todas as problemáticas nacionais e mundiais, mas suas respostas teriam outro cheiro: a redução da maioridade penal, a criminalização da homofobia, o aquecimento global e o empobrecimento social quem sabe não seriam tratados com o mesmo cuidado que as rosas merecem?

Conheci uma rosa chamada Teologia da Libertação e como as outras rosas não está somente na Igreja, mas também no jardim dos menos favorecidos. Plantada não somente por teólogos/as, mas principalmente pelos pobres, vem sendo regada por homens, mulheres, quilombolas, indígenas, crianças, jovens, idosos dentre outros/as, com o suor de sua luta e o sangue de muitos/as mártires.

Ela tem sua importância ecológica, mas busca sempre sintonizar-se a outras. Feminina de nome e de valor; mística de perfume e de natureza transcendente; política, por dar espaço a cada pétala revolucionária, pequena ou grande, tem seu destaque na beleza desta flor.

Para alguns que só veem espinhos, ela é uma ameaça, entretanto, para muitos, a certeza de que nesta terra onde encontrar-se plantada, está sendo gerada vida. Exala seu cheiro pela vizinhança e sua fragrância anima para a militância.

Não é colocada na decoração de um casamento , simplesmente para enfeitar, mas para fortalecer o compromisso que ali está sendo firmado. Não está na berlinda simplesmente para embelezar a imagem, mas para mostrar que o caminhar ainda é necessário. Não está no funeral para cobrir outros odores, mas para ratificar que a morte já não mata mais.

“Desce da cruz os pobres” e os teólogos condenados (direito ou indiretamente), para que possam sentir o doce cheiro da libertação. Dá forças para aqueles/as que no caminho do Calvário, a cada estação, plantam rosas de esperança e sonho, para que um dia ressuscitem no jardim das rosas.

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